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Membros da 45ª Assembleia Plenária Extraordinária da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) publicaram uma declaração que incluiu uma análise do estado atual do país, junto com uma exigência de que o governo liberte milhares de detidos, incluindo menores de idade, que foram presos em manifestações depois das eleições presidenciais de 28 de julho no país.
A assembleia, que terminou em 17 de outubro em Caracas, capital do país, foi liderada pelo arcebispo de Valencia, Venezuela, dom Jesús González de Zárate, presidente da CEV.
Assembleias extraordinárias são convocadas quando as circunstâncias exigem isso. A última foi feita há dois anos, em 26 de abril de 2022, quando foi aprovado o protocolo para a prevenção de abusos na Igreja. Este ano, o encontro teve o objetivo de analisar a situação na Venezuela e tomar decisões pastorais que respondam às necessidades emergentes da comunidade eclesial.
Os membros da conferência episcopal se encontraram com representantes de instituições eclesiásticas, educacionais e sociais “para refletir sobre a realidade nacional dentro de uma metodologia que envolve diálogo e discernimento”, segundo a CEV.
Com o título “A verdade vos libertará” (cf. Jo 8, 31), os membros da CEV reiteraram seu apelo ao Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) “para que, de acordo com o estabelecido na constituição e nas leis, publique detalhadamente os resultados do processo eleitoral realizado em 28 de julho, no qual ficou evidente a vontade do povo venezuelano por mudanças”. Desde a eleição presidencial em que o CNE declarou Nicolás Maduro presidente eleito, apesar das inúmeras irregularidades e acusações de fraude por parte da oposição e de vários atores da comunidade internacional, a CEV publicou até cinco mensagens ao país nas quais disseram que “a verdade, mesmo que pretenda ser escondida, ou reduzida à opinião de alguns, prevalece” (cf. Mc 4, 22).
“A apresentação dos resultados é um passo essencial para manter a confiança dos cidadãos no voto e resgatar o verdadeiro sentido da política. Só assim poderemos avançar juntos para a construção de uma Venezuela democrática e em paz”, diz a CEV.
A conferência episcopal criticou duramente a repressão dos órgãos de segurança do Estado contra as manifestações pacíficas e as “prisões arbitrárias e as violações dos direitos humanos ocorridas depois das eleições” e exigiu a libertação dos detidos, “entre os quais estão menores”.
A CEV diz se sentir desafiada pelo clamor do povo e reafirmou seu compromisso com todos os que sofrem, acompanhando-os em oração e nos serviços prestados pela Igreja por meio de várias agências.
“Reafirmamos nosso compromisso de estar ao lado deles nestes tempos difíceis”, disse a conferência episcopal.
Por fim, a CEV pediu que as pessoas não percam a esperança, ao olhar para Jesus e promover diferentes iniciativas de oração “para rezar pela paz e pelo bem-estar da Venezuela”.