Os católicos de todo o mundo celebram a solenidade da Assunção de Maria no dia 15 de agosto, comemorando sua subida gloriosa ao céu.Embora o dia da celebração seja relativamente novo, sua história tem raízes nos primeiros séculos da igreja.
O numeral 1246 do Código de Direito Canônico indica que este feriado é um preceito, ou seja, uma solenidade na qual o católico é obrigado a participar da missa.
No entanto, no mesmo numeral, indica-se que a “Conferência episcopal contudo pode, com aprovação prévia da Sé Apostólica, abolir alguns dias festivos de preceito ou transferi-los para o domingo”. Por esse motivo, em alguns países, não é obrigatório. O Dr. Matthew Bunson, principal colaborador da EWTN, ressaltou que “à medida que a vida terrena da Virgem Maria chega ao fim, a Assunção nos ajuda a entender mais plenamente não apenas sua vida, mas também nos ajuda a sempre focar nosso olhar na eternidade”.
“Vemos em Maria a lógica da Assunção como a culminação de sua vida. Um requisito eucarístico para esse dia é muito apropriado”, continuou.
O dogma da Assunção de Maria, também chamado “Dormição de Maria” nas igrejas orientais, tem suas raízes nos primeiros séculos da Igreja. A Igreja Católica ensina que quando Maria terminou sua vida terrena, Deus a elevou em corpo e alma ao céu.
Essa crença tem suas raízes nos primeiros anos da Igreja. Enquanto um local fora de Jerusalém foi reconhecido como o túmulo de Maria, os primeiros cristãos argumentavam que “não havia ninguém lá”, assegurou Bunson.
De acordo com são João Damasceno, no Concílio de Calcedônia, em 451 d.C., o imperador romano Marciano solicitou o corpo de Maria, Mãe de Deus. São Juvenal, que era bispo de Jerusalém, respondeu “que Maria morreu na presença de todos os apóstolos, mas que seu túmulo, quando aberto a pedido de Santo Tomé, foi encontrado vazio; de onde os apóstolos concluíram que o corpo foi levado ao céu”. No século VIII, por volta da época do papa Adriano, a Igreja começou a mudar sua terminologia, renomeando a festa do “Memorial de Maria” para a “Assunção de Maria”, observou Bunson. A crença na Assunção de Maria foi uma tradição muito estendida e uma meditação frequente nos escritos dos santos através dos séculos. No entanto, não foi definido oficialmente até o século passado.
Em 1950, o papa Pio XII fez uma declaração infalível “ex-cathedra” na Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, definindo oficialmente o dogma da Assunção.
“Com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos s. Pedro e s. Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que: a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial”, escreveu o papa. No decreto, que foi aprovado de antemão pelas dioceses de todo o mundo, o papa Pio XII examinou séculos de pensamento cristão e os escritos de vários santos sobre a Assunção de Maria.
“Temos ao longo da história da Igreja um testemunho quase universal disso. Temos este fio que recorre toda a história da Igreja em apoio ao dogma. Isso é significativo porque respalda a tradição da Igreja, mas também apoia uma compreensão mais profunda dos ensinamentos da Igreja de como confiamos nas reflexões de algumas das maiores mentes da mesma”, comentou Bunson.
O que também é notável sobre o dogma, acrescentou, é que ele “usa a voz passiva”, enfatizando que Maria não subiu ao céu pelo seu próprio poder, como Cristo o fez, mas foi elevada ao céu pela graça de Deus.
Atualmente, a festa da Assunção está marcada como um grande dia de festa e de preceito em vários países, incluindo Estados Unidos. O Dr. Bunson explicou que, em festividades importantes, é necessário destacar o significado real da celebração, enfatizando a necessidade de celebrar a Eucaristia naquele dia.
“Haveria algo mais apropriado do que, na Festa da Assunção da Mãe Santíssima, mais uma vez, centrar-se em seu Filho, na Eucaristia?”, questionou.