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Ser livres como Jesus, viver na liberdade dos filhos de Deus, e não ser escravos do poder, do prazer, do dinheiro ou da fama, foi o que pediu o papa Francisco hoje (9) nas suas palavras antes da oração mariana do Ângelus.
Em um meio-dia ensolarado, em contraste com o frio e a chuva do domingo passado, e diante de milhares de fiéis presentes na Praça de São Pedro, no Vaticano, Francisco fez a sua reflexão sobre o Evangelho de hoje (Mc 3, 20-35).
O texto evangélico relata que Jesus enfrenta duas reações: “a dos seus parentes, que estavam preocupados e temiam que ele tivesse enlouquecido; e a das autoridades religiosas, que o acusaram de agir motivado por um espírito maligno”.
Na realidade, o papa Francisco disse: “Jesus pregava e curava os enfermos com a força do Espírito Santo. O Espírito Santo o tornava divinamente livre, isto é, capaz de amar e servir sem medida e sem condições”.
1. Jesus era livre diante das riquezas
“Por isso deixou a segurança da sua cidade, Nazaré, para abraçar uma vida pobre e cheia de incertezas (cf. Mt 6, 25-34), curando gratuitamente os doentes e quem vinha pedir ajuda, sem nunca pedir nada em troca (cf. Mt 10,8)”, disse Francisco.
2. Jesus era livre diante do poder
“De fato, embora chamasse muitos para segui-lo, nunca forçou ninguém a fazê-lo, nem procurou o apoio dos poderosos, mas sempre se colocou do lado dos últimos, ensinando seus discípulos a fazerem o mesmo”, continuou o papa Francisco.
3. Jesus era livre diante da busca de fama e da aprovação
“É por isso que ele nunca desistiu de falar a verdade, mesmo ao custo de não ser compreendido, de se tornar impopular, até o ponto de morrer na cruz, não se deixando intimidar, nem comprar, nem corromper por nada e por ninguém”.
Por tudo isto, disse Francisco, pode-se dizer que “Jesus era um homem livre. Livre da riqueza, livre do poder, livre da busca pela fama. E isso também é importante para nós.”
“Na verdade, se nos deixamos condicionar pela busca do prazer, do poder, do dinheiro ou do sucesso, nos tornamos escravos dessas coisas”.
Papa Francisco questiona sobre a liberdade autêntica
No sentido oposto, continuou o papa Francisco, se “permitirmos que o amor gratuito de Deus preencha e expanda os nossos corações, e se o deixarmos transbordar espontaneamente, doando-o aos outros, com todo o nosso ser, sem medo, cálculos ou condicionamentos, então cresceremos em liberdade e espalharemos seu bom perfume ao nosso redor.”
Então, “podemos perguntar-nos: sou uma pessoa livre? Ou me deixo aprisionar pelos mitos do dinheiro, do poder e do sucesso, sacrificando a estes a minha serenidade, a minha paz e a dos demais?”.
“Espalho, nos ambientes em que vivo e trabalho, ar puro de liberdade, de sinceridade, de espontaneidade? Que a Virgem Maria nos ajude a viver e amar como Jesus nos ensinou, na liberdade de filhos de Deus”, concluiu o papa Francisco.