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Igreja no Brasil celebra hoje são Benedito, padroeiro dos cozinheiros

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Hoje (5), a Igreja no Brasil celebra a festa de são Benedito, um santo de grande devoção e muito popular no país, sendo chamado também de Benedito, o Negro, por sua descendência africana.

Embora são Benedito seja celebrada em todo o mundo no dia 4 de abril, data de seu falecimento, sua festa no Brasil ocorre em 5 de outubro por uma especial deferência canônica concedida à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em 1983. Assim, este santo franciscano passou a ser recordado imediatamente após o dia de são Francisco de Assis.

Filho de africanos escravos, Benedito Manasseri nasceu em 1526, na aldeia de São Fratelo, em Messina, na ilha da Sicília (Itália). Seus pais eram católicos fervorosos.

Quando Benedito nasceu, a família à qual pertenciam como escravos os alforriou, tanto os pais como a criança, que recebeu o sobrenome dos Manasseri, seus padrinhos de batismo.

O menino cresceu pastoreando rebanhos nas montanhas da ilha e, desde pequeno, demonstrava tanto apego a Deus e à religião que os amigos brincando profetizavam: “nosso santo mouro”. Como explica o site Cléofas, este adjetivo italiano – “mouro” – é usado para todas as pessoas de pele escura e não apenas para os procedentes do Oriente.

Quando completou 21 anos, Benedito ingressou para os eremitas da Irmandade de São Francisco de Assis, fundada por Jerônimo Lanza sob a regra franciscana, em Palermo. Passou a exercer funções simples como cozinheiro.

Entretanto, a sabedoria e o discernimento deste simples irmão leigo e analfabeto fizeram com que seus superiores o nomeassem mestre de noviços. Mais tarde, foi até mesmo eleito superior do convento.

Porém, após a morte do fundador da Irmandade, em 1562, o papa Paulo IV extinguiu a mesma e ordenou que todos os seus membros se juntassem à verdadeira Ordem de São Francisco de Assis, uma vez que não desejava ter eremitas pulverizados em irmandades sob o mesmo nome.

Os eremitas obedeceram o papa e Benedito escolheu ir para o convento de Santa Maria de Jesus, em Palermo. Neste local, o santo viveu o restante de sua vida, sempre apoiado na humildade e na obediência. Exerceu funções simples como faxineiro e cozinheiro.

Devido aos milagres que ocorriam pela intercessão de suas orações, logo ganhou fama de santidade e muito recorriam a Benedito, incluindo príncipes, sacerdotes, teólogos, leigos, em busca de conselhos e orientações espirituais.

Também neste convento foi eleito superior, mas, após concluído seu período na direção, logo retornou com alegria aos afazeres humildes como cozinheiro.

Foi na cozinha do convento que faleceu em 4 de abril de 1589, “como um simples frade franciscano, em total desapego às coisas terrenas e à sua própria pessoa, mas apenas um irmão leigo gozando de grande fama de santidade, a qual o envolve até os nossos dias”, indica Cléofas.

São Benedito foi canonizado em 1807 pelo papa Pio VII e seu corpo se encontra na igreja do convento de Santa Maria de Jesus, em Palermo.

O culto a são Benedito se espalhou e passou a ser honrado como padroeiro dos afrodescendentes, das donas de casa, dos cozinheiros e dos profissionais de nutrição.

No Brasil, inicialmente foi muito cultuado pelos escravos negros, por causa da cor de sua pele e sua origem africana. Porém, devido ao seu testemunho de uma vida marcada pela humildade, pobreza, obediência, alegria e penitência, seu culto se espalhou por toda a população.

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