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Medalha de São Bento: história e significado

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Equipe Christo Nihil Præponere

Em 1647, no sul da Alemanha, região da Baviera, durante um julgamento em que eram acusadas de magia e feitiçaria, algumas mulheres confessavam seu fracasso em atingir a Abadia de Metten com seus malefícios. O mosteiro era da Ordem de São Bento de Núrsia — os famosos “beneditinos”.

Segundo as bruxas, o lugar estava sob a proteção da cruz.

Mas que cruz?

Uma investigação encontrou, pintadas nos muros do mosteiro, inúmeras cruzes, com letras num arranjo misterioso e enigmático: C, S, S, M e L, na vertical da cruz; N, D, S, M e D, na sua horizontal; ao redor, V, R, S, N, S, M e V, de um lado; e S, M, Q, L, I, V e B, de outro. 

Para decifrar o que significava a curiosa inscrição, foi necessária outra investigação, após a qual, finalmente, achou-se um manuscrito antigo, datado de 1415, com uma gravura de São Bento. Na imagem, o santo trazia numa das mãos uma cruz e na outra um pergaminho — e neste, por sua vez, a solução para o mistério. (Solução tão extraordinária que fez a cruz e as tais letras serem cunhadas na Alemanha e rapidamente se espalharem por toda a Europa, ganhando até aprovação do Papa Bento XIV, em 1741.)

Muito possivelmente, foi assim a origem do devocional que, hoje, todos conhecemos como “Medalha de São Bento” [i].

Medalha de São Bento: história e significado
Um crucifixo com a Medalha de São Bento.

Originalmente uma cruz, várias orações estão presentes nela. Uma pede a proteção de São Bento na hora da morte: Ejus in obitu nro [nostro] praesentia muniamur — “Que, em nosso óbito, sejamos munidos de sua presença”. Outra pede a proteção contínua da Cruz do Senhor: Crux sacra sit mihi lux, non draco sit mihi dux — “A Cruz Sagrada seja minha luz, não seja o Dragão meu guia”. 

Mas a última chama particularmente a atenção — e pode ser a chave para entender a proteção de que gozava a Abadia de Metten, no século XVII, contra as magas da Baviera. Ao redor da medalha, há uma ordem dada diretamente ao príncipe das trevas e inimigo de Deus: Vade retro, Satana, nunquam suade mihi vana, diz a inscrição. Sunt mala quæ libas, ipse venena bibas. Em português: “Retira-te, Satanás, nunca me aconselhes coisas vãs. São más as coisas que tu ofereces, bebe tu mesmo os teus venenos”

Convenhamos: essa não é uma maneira muito usual de as pessoas rezarem hoje em dia. Preferimos dirigir-nos a Deus e aos santos, e pedir a eles que nos protejam do mal, ao invés de mandar diretamente ao demônio que faça ou deixe de fazer alguma coisa. 

Mas assim são feitos os exorcismos ditos imperativos. E a Igreja nunca deixou de fazê-los. Este de São Bento, especialmente, está à disposição de todos os fiéis, que podem rezá-lo sobre si mesmos sempre que precisarem, para afastar as tentações e outras influências demoníacas.

As perguntas a serem feitas são: Qual a diferença entre um exorcismo como este e os que vemos nos filmes? O que nós, simples leigos, podemos mesmo fazer e o que não podemos? Qual o terreno seguro em que podemos caminhar nessa matéria tão… delicada, por assim dizer?

É a essas questões que o Padre Paulo Ricardo procura dar uma resposta no curso Livrai-nos do Mal, já à disposição em nossa plataforma [ii]. (Se você já é nosso aluno, clique aqui e comece agora mesmo esse estudo. Se ainda não assina nossa plataforma, o momento é este: aproveite os descontos que sempre damos em nossa assinatura, comece a colaborar ainda hoje com nossa obra de evangelização e dê formação e alimento sólido à sua alma e à sua família.)

Uma coisa, porém, é certa: a Medalha de São Bento não é um “amuleto”. Por isso, de nada adianta usá-la e viver no pecado; de nada adianta trazê-la sempre no bolso, e não ter vida de oração; de nada adianta tê-la no carro ou em casa, e não trazer no coração as palavras que ela contém. 

Nessa matéria é sempre bem-vinda a orientação das “Diretrizes para o Ministério do Exorcismo à Luz do Ritual Vigente”, publicadas recentemente pelas Edições CNBB (2022, p. 109):

Quando se atribui uma importância de algum modo mágica a certas práticas, de outra forma legítimas ou necessárias, ou se atribui a eficácia das orações ou dos sinais sacramentais apenas à sua materialidade, independentemente das disposições interiores que são necessárias, isso significa cair na superstição [iii].

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