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“A Igreja, perante tantos meios, métodos e estruturas, que por vezes desviam do essencial, precisa de corações como o de Teresa, corações que atraem pelo amor e nos aproximam de Deus”, disse o papa Francisco na Audiência Geral de hoje (7) diante das relíquias de santa Teresinha do Menino Jesus expostas na praça de São Pedro, no Vaticano.
Depois de rezar alguns minutos e colocar uma rosa branca onde estavam as relíquias da santa, o papa continuou o seu ciclo de catequeses sobre a evangelização e refletiu sobre a figura desta padroeira universal das missões.
“A sua vida foi marcada pela pequenez e pela fragilidade: ela definia-se ‘um pequeno grão de areia’”, disse o papa. “Mas se o seu corpo estava doente, o seu coração era vibrante, era missionário. No seu ‘diário’ conta que ser missionária era o seu desejo e que queria sê-lo não apenas durante alguns anos, mas por toda a vida, aliás até ao fim do mundo”.
Francisco disse que santa Teresinha, que morreu com apenas 24 anos, oferecia sacrifícios contínuos e “aceitava tudo com amor, com paciência, oferecendo, juntamente com a sua doença, também os julgamentos e as incompreensões”.
Para o papa, “essa força missionária e essa alegria de interceder” surgiram em dois episódios específicos.
O primeiro, segundo Francisco, refere-se “ao dia que mudou a sua vida, o Natal de 1886, quando Deus fez um milagre no seu coração. Teresa teria completado 14 anos”.
“Quando regressa da missa da meia-noite, o pai, muito cansado, não tinha vontade de assistir à abertura dos presentes da filha e disse: ‘Ainda bem que é o último ano!’”.
“Teresa, de natureza muito sensível e de lágrimas fáceis, fica magoada, vai para o seu quarto e chora. Mas rapidamente reprime as lágrimas, desce e, cheia de alegria, anima o pai”, disse o papa Francisco.
Segundo o papa Francisco, “naquela noite, em que Jesus se tinha feito débil por amor, ela se tinha tornado forte de espírito – um verdadeiro milagre”.
“Desde então, dirigiu o seu zelo para os outros, para que encontrassem Deus, e em vez de procurar consolar-se a si mesma, pôs-se a ‘consolar Jesus, [para] torná-lo amado pelas almas’”.
Francisco disse que “seu zelo era dirigido sobretudo aos pecadores, aos ‘distantes’”, algo que se demonstra no segundo episódio que marcou a sua vida, a conversão de um preso que “não quis receber a consolação da fé”.
O prisioneiro chamava-se Enrico Pranzini e, antes de ser executado, converteu-se graças às orações de santa Teresinha do Menino Jesus.
Dado o exemplo desta Doutora da Igreja, o papa Francisco disse que “eis o poder de intercessão movido pela caridade, eis o motor da missão.”.
“Com efeito os missionários, dos quais Teresa é padroeira, não são apenas aqueles que vão longe, aprendem novas línguas, fazem boas obras e são bons anunciadores; não, missionário é também todo aquele que vive, onde está, como instrumento do amor de Deus; que faz tudo para que, através do seu testemunho, da sua oração, da sua intercessão, Jesus passe”.
“O zelo apostólico que, recordemos sempre, nunca se realiza por proselitismo – nunca! – ou por constrição – nunca – mas por atração: a fé nasce por atração, não nos tornamos cristãos por sermos forçados por alguém, não, mas por sermos tocados pelo amor”, disse o papa.
Por fim, convidou a pedir à santa “a graça de vencer o nosso egoísmo e peçamos a paixão de interceder a fim de que esta atração seja maior nas pessoas e para que Jesus seja conhecido e amado”.
No final da Audiência Geral, por causa da próxima festa de Corpus Christi, que será celebrada amanhã (8), o papa disse que a Eucaristia é “o centro e a fonte da vida da Igreja”.
“Aproxime-se de Jesus, Pão da vida que dá força, luz e alegria, com frequência e devoção, e Ele se tornará a fonte de suas escolhas e de suas ações”, pediu.
Ele também disse que amanhã, às 13h (8h em Brasília), a Ação Católica Internacional propõe que os crentes de várias denominações e religiões se reúnam em oração, dedicando “Um minuto pela paz”.
“Aceitemos este convite, rezando pelo fim das guerras no mundo e especialmente pela amada e atormentada Ucrânia”, concluiu.