Zenit
Cerca de 20.000 peregrinos se reuniram na Praça São Pedro para rezar a oração Mariana Regina Coeli com o Papa Francisco e ouvir seu discurso dominical. Durante as saudações, o Santo Padre recordou as beatificações ocorridas no sábado, 6 de maio, no Uruguai, os novos Guardas Suíços e suas famílias, e a Associação Meter do Pe. Fotunato di Noto, que luta contra a pornografia e a exploração infantil.
Eis a alocução do Pontífice, centrada no Evangelho deste domingo.
O Evangelho da Liturgia de hoje ( João 14,1-12) é extraído do último discurso de Jesus antes de sua morte. O coração dos discípulos está perturbado, mas o Senhor dirige-lhes palavras tranquilizadoras, convidando-os a não terem medo, não tenham medo. Ele não os está abandonando, mas vai preparar um lugar para eles e guiá-los para aquele destino. O Senhor hoje mostra-nos assim a todos o lugar maravilhoso para onde ir e, ao mesmo tempo, diz-nos como lá chegar, mostra-nos o caminho. Ele nos diz para onde ir e como chegar lá.
[1º Onde Ir]
Em primeiro lugar, para onde ir. Jesus vê a angústia dos discípulos, vê o medo de serem abandonados, como acontece conosco quando somos obrigados a nos separar de alguém de quem gostamos. E assim, Ele diz: “Vou preparar-vos lugar… para que onde eu estiver estejais vós também” (vv. 2-3). Jesus usa a imagem familiar do lar, o lugar dos relacionamentos e da intimidade. Na casa do Pai — diz aos amigos, e a cada um de nós — há espaço para ti, de nada, serás sempre recebido com o calor de um abraço, e eu estou no Céu para preparar um lugar para você! Ele nos prepara aquele abraço com o Pai, lugar para toda a eternidade.
Irmãos e irmãs, esta Palavra é fonte de consolação e é fonte de esperança para nós. Jesus não se separa de nós, mas abre-nos o caminho, antecipando o nosso destino final: o encontro com Deus Pai, em cujo coração há lugar para cada um de nós. Portanto, quando sentirmos cansaço, perplexidade e até mesmo fracasso, lembremo-nos do rumo que nossa vida está tomando.
Não devemos perder de vista o destino, mesmo que corramos o risco de ignorá-lo, de esquecer as últimas perguntas, as importantes: para onde vou? Para onde estou caminhando? Por que vale a pena viver? Sem essas perguntas, comprimimos nossa vida no presente, pensamos que devemos aproveitá-la o máximo possível e acabamos vivendo dia após dia, sem propósito, sem objetivo. A nossa pátria, ao contrário, está no Céu (cf. Fl 3,20); não esqueçamos a grandeza e a beleza do nosso destino!
[2º Como Chegar Lá]
Uma vez descoberto o alvo, também nós, como o apóstolo Tomé no Evangelho de hoje, nos perguntamos: como chegar lá, qual é o caminho? Às vezes, sobretudo quando há grandes problemas a enfrentar e há a sensação de que o mal é mais forte, perguntamo-nos: o que devo fazer, que caminho devo seguir? Ouçamos a resposta de Jesus: “Eu sou o Caminho, e a Verdade, e a Vida” ( Jo 14,6). “Eu sou o Caminho.”
O próprio Jesus é o caminho a seguir para viver na verdade e ter vida em abundância. Ele é o caminho e, portanto, a fé Nele não é um “pacote de ideias” no qual acreditar, mas sim uma estrada a ser percorrida, uma jornada a empreender, um caminho com Ele. É seguir Jesus, porque Ele é o Caminho que conduz à felicidade infalível. Seguir Jesus e imitá-lo, sobretudo com ações de proximidade e misericórdia para com os outros. Esta é a bússola para chegar ao Céu: amar Jesus, o Caminho, tornando-se sinais do Seu amor na terra.
Irmãos e irmãs, vivamos o presente, tomemos o presente nas mãos, mas não nos deixemos abater; olhemos para cima, olhemos para o Céu, recordemos a meta, pensemos que somos chamados à eternidade, ao encontro com Deus. E, do Céu ao coração, renovemos hoje a escolha de Jesus, a escolha de amá-lo e de caminhar atrás dele. Que a Virgem Maria, que seguindo Jesus já chegou à meta, sustente a nossa esperança.