Acidigital
O papa Francisco, de 88 anos, foi obrigado novamente a dar a um assessor a tarefa de ler a catequese que preparou para a audiência geral de quarta (12), devido à sua bronquite.
“Ainda não posso ler por causa da bronquite. Espero que da próxima vez eu possa”, disse o papa antes de entregar o texto ao padre Luigi Giroli, da Secretaria de Estado da Santa Sé.
A doença de Francisco, uma inflamação do revestimento dos brônquios, o impede de ler textos em voz alta desde quarta-feira passada, embora ele não tenha cancelado sua agenda.
Todas as reuniões estão ocorrendo na Casa Santa Marta, residência oficial do papa Francisco no Vaticano, para evitar viagens desnecessárias ao Palácio Apostólico, que o obrigariam a sair de casa, piorando sua saúde.
No texto que preparou para a audiência geral, à qual compareceram cerca de 7 mil pessoas na Aula Paulo VI, no Vaticano, o papa refletiu sobre o nascimento de Jesus em Belém, que “começou o seu caminho ainda no ventre da Virgem Maria”.
Citando o Evangelho de são Lucas, Francisco disse que, depois de nascerem em Nazaré, Nossa Senhora e são José se mudaram para Belém para registrar o nascimento “como qualquer outro cidadão”.
“Ele se submete ao decreto de um imperador, César Augusto, que se considera o senhor de toda a terra”, disse o padre Giroli. Ele disse também que esse episódio mostra “a humildade de um Deus que entra na história e não desestabiliza as estruturas do mundo, mas quer iluminá-las e recriá-las a partir de dentro”.
Ele também enfatizou que Jesus nasceu de modo completamente inédito para um rei, porque ele não nasceu num palácio real, “mas nos fundos de uma casa, no espaço onde estão os animais”.
“Lucas nos mostra assim que Deus não vem ao mundo com grandes proclamações, não se manifesta em clamor, mas inicia o seu caminho na humildade”, disse o padre Giroli, segundo a catequese previamente preparada pelo papa Francisco.
As primeiras testemunhas desse acontecimento são alguns pastores, homens “de pouca cultura, malcheirosos devido ao contato constante com os animais, vivendo à margem da sociedade”.
No entanto, “Deus os escolhe para serem os destinatários das notícias mais maravilhosas que já ressoaram na história”.
Assim, “são os mais humildes e os mais pobres que sabem acolher o acontecimento da Encarnação”. Por isso, ele exortou aos fiéis a serem como os pastores, “capazes de admiração e louvor diante de Deus”.
“Peçamos ao Senhor que saibamos discernir na fraqueza a força extraordinária do Menino Deus, que vem renovar o mundo e transformar a nossa vida com o seu projeto cheio de esperança para toda a humanidade”, concluiu.
