Agência Brasil
A Comissão em Defesa da Vida da diocese de Petrópolis (RJ) vai promover ao longo dos próximos meses um curso de formação e capacitação de líderes em defesa da vida. O objetivo é que a pessoa “se torne um apóstolo em defesa da vida e da família no ambiente onde estiver, seja o ambiente ordinário, família, trabalho, amigos, grupos, seja na sua paróquia”, disse à ACI Digital o coordenador da comissão, diácono Flávio Wender Meireles Paladino.
“Nós estamos vendo um bombardeio à causa pró-vida, à causa da vida humana, à sua integridade, dignidade humana, enfim, aquilo que o ser humano é enquanto criatura vinda das mãos do Criador”, disse. Segundo ele, o curso é uma resposta a essa realidade.
O coordenador da Comissão Diocesana em Defesa da Vida reconheceu que, quando se fala em defesa da vida, um dos temas de maior destaque é o aborto. Mas, ressaltou que vai além. “O aborto é uma das tentativas malignas de se acabar com a vida natural, mas no fundo, no fundo, a gente vai fazer todo um caminho pedagógico para que a pessoa entenda o valor da vida, da liberdade, do ser humano, até chegar a esses que são os ataques e aí vem aborto, eutanásia”.
Segundo o diácono Flávio, o curso será “multidisciplinar, no sentido de que terá vários profissionais, como médicos, profissionais da área do direito e outros que também já fizeram cursos semelhantes a esse e que estão nessa causa”. Cada um “vai falar de uma área, por exemplo, vai se tratar da questão da dignidade da pessoa humana, do valor do homem, da criação vinda de Deus, questões bioéticas mesmo, início e fim da vida”, disse. Também será abordado o tema do “aborto enquanto algo que fere, de fato, a dignidade, a vontade do Criador, e, claro, a preservação, a defesa da vida, a capacitação dos líderes, a importância da atuação pastoral”.
“A nossa intenção em formar líderes é que esses líderes sejam de verdade apóstolos”, disse o coordenador da comissão. A formação quer que os líderes em defesa da vida tenham, “de fato, a base para falar, a base científica, a base magisterial, a base da tradição da Igreja”.
“A Igreja sempre defendeu o valor da vida, do início ao fim natural, a morte digna, o Criador como aquele que de fato é o Senhor da vida”, disse Paladino. O curso quer ter o impacto de “evangelizar, de lançar as sementes pouco a pouco, onde os líderes estiverem, nos seus assuntos mais normais, mas como pessoas em Cristo vencedoras”.
Ao longo do curso, os líderes também vão receber instruções de como atuar depois em suas realidades, em suas paróquias, com “aquilo que se pode fazer, sejam minicursos, palestras de formação”, além do “que de mais pastoral que a Igreja exerce ao longo dos milênios, a adoração, cuja intenção será a defesa da vida, da família, o santo terço, as práticas mais devocionais e também as práticas públicas, por exemplo, as caminhadas em defesa da vida em outubro”, quando se celebra no Brasil a Semana Nacional da Vida entre os dias 1 e 7 e o Dia do Nascituro, em 8 de outubro.
Com o curso, disse o diácono Flávio, será possível formar “uma rede”. “Hoje nós temos uma comissão”, criada em dezembro do ano passado, “com um grupo de pessoas, que é um núcleo”, contou. Depois do curso, a comissão pretende “criar uma rede de líderes pró-vida, pró-família, pró-valores, pró-Igreja e, nesse sentido, podermos, além de espalhar o Evangelho da vida, também ter, de fato, esse horizonte daqueles que nós podemos contar para podermos atuar na sociedade civil, nas práticas pastorais”.
A Comissão Diocesana em Defesa da Vida enviou um convite pedindo que cada pároco envie pelo menos dois casais para participar do curso. “Quando a gente fala de aborto, por exemplo, às vezes parece algo talvez muito pessoal à figura da mulher, a mulher grávida, só que não é, o problema não está, às vezes, na mulher diretamente, mas na família”, disse o coordenador. “Nós vemos um ataque muito grande hoje à instituição familiar, então, a nossa ideia é formar famílias com tudo isso, porque a família é o seio de tudo”.
Além disso, a comissão também tem incentivado a participação dos jovens, “porque a gente vive hoje, infelizmente, uma ‘forçação’ de barra para que o jovem seja livre, mas uma liberdade completamente distante daquilo que entendemos como liberdade, vontade de si, pessoalidade real, pelo contrário, é uma escravização do jovem”. Segundo o diácono Flávio, o incentivo à participação dos jovens é para que possam “entender tudo aquilo que é a obra do Criador, a vontade do Criador desde o início até o fim da vida natural” e que também possam “se tornar apóstolos, talvez não em sua paróquia somente, mas na sua faculdade, no seu estágio, no seu trabalho”, defensores “da vida, contra o aborto, contra as drogas, a favor da família”.
Embora tenham sido destacados esses dois públicos-alvo, o diácono Flávio disse que também estão “instruindo e convidando religiosos e religiosas, seminaristas, clérigos de maneira geral, membros de novas comunidades e todas as pessoas que, de maneira individual, sem indicação de padre, queiram participar”. O curso terá também a modalidade online para ser aberto a pessoas de outras dioceses que tenham interesse.
O curso acontecerá nos dias 15 de março, 12 de abril, 17 de maio, 21 de junho e 13 de julho, das 14h às 17h, na paróquia São Nicolau, em Suruí, Magé (RJ). Haverá transmissão ao vivo e as aulas também ficarão gravadas.