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“A questão dos abusos na Igreja não pode, não deve e não terá uma volta atrás”, diz presidente da CEP

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“A questão dos abusos sexuais cometidos no seio da Igreja não pode, não deve e não terá uma volta atrás”, disse o bispo de Leiria-Fátima, dom José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), ontem (11), na abertura da Assembleia Plenária da entidade, em Fátima.

“Precisamos manter a atenção constante ao sofrimento das vítimas e a firmeza na formação e na prevenção, bem como na clareza e determinação no tratamento de eventuais casos futuros”, acrescentou.

Em seu discurso, dom Ornelas reconheceu que o tema da “proteção de menores e adultos vulneráveis” é “uma especial realidade que tem marcado os últimos tempos da Igreja em Portugal”.

Em fevereiro de 2023, foi divulgado o relatório final da Comissão Independente (CI) para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal. Segundo o documento, de 1950 a 2022 há pelo menos 4.815 vítimas no país. Depois desse relatório, foi criado o Grupo VITA, um grupo de acompanhamento das situações de abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal.

Em abril deste ano, a CEP e a Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal aprovaram a atribuição de compensação financeira a vítimas de abusos sexuais contra crianças e vulneráveis na Igreja em Portugal. Os pedidos de compensação começaram a ser apresentados no dia 1º de julho e podem ser feitos até 31 de dezembro.

“Temos consciência de que a realidade dos abusos sexuais e os dramas das vítimas que causaram não deixou indiferente nem a Igreja nem a sociedade”, disse dom Ornelas, ao destacar as medidas adotadas pela Igreja em Portugal, desde a criação de comissões diocesanas, o trabalho da comissão independente, a equipe de coordenação nacional, até o Grupo VITA.

Para o presidente da CEP, “o processo de atribuição de compensações financeiras é, também, uma parte deste caminho” que busca ir “ao encontro pessoal de cada uma das vítimas”.

“Sabendo que ninguém pode pagar ou anular os dramas do passado, queremos que este seja um passo importante para o reconhecimento do mal que lhes foi infligido e de pedido de perdão, que contribuam para sarar feridas e afirmar a dignidade, contra a qual nunca alguém devia ter atentado”, disse.

A 210ª Assembleia da CEP segue até quinta-feira (14), na Casa de Nossa Senhora das Dores, em Fátima. Além do tema dos abusos, são abordados outros assuntos como o Sínodo da Sinodalidade e o novo enquadramento da Pastoral Juvenil.

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