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Igreja rejeita proposta para cobrar entrada na Catedral de Notre-Dame

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(Gaudium PressPoucas semanas antes da reabertura de Notre-Dame de Paris, a Ministra da Cultura, Rachida Dati, propôs, em 23 de outubro passado, a implementação de uma taxa de entrada para turistas na catedral, como parte de um abrangente plano de preservação do patrimônio religioso, e para “ restaurar todas as igrejas da França”. De acordo com ela, um ingresso de 5 euros por pessoa geraria uma arrecadação anual de 75 milhões de euros. Porém, esta proposta, que faz distinção entre turistas e fiéis, foi prontamente rejeitada pela Igreja Católica. Em um comunicado, a Igreja afirma que a Catedral de Paris não pode se tornar um espaço pago: deve permanecer aberta e acessível gratuitamente a todos.

Uma igreja não é um museu, mas um lugar sagrado

Em um recente comunicado de imprensa, a diocese de Paris afirma que “a gratuitidade do acesso às catedrais e igrejas justifica-se tanto pelas disposições da lei de 1905 que separa a Igreja do Estado, como pela a missão fundamental das igrejas: acolher incondicionalmente e, portanto, necessariamente gratuitamente, todos os homens e mulheres, independentemente da sua religião ou crença, das suas opiniões e dos seus meios financeiros”.  A fixação de um preço para o acesso ao interior do edifício poderia “levar inevitavelmente a que as pessoas desistissem de visitar uma catedral que é, por natureza, aberta a todos”.

“Além disso, em Notre-Dame, os peregrinos e os visitantes nunca foram distinguidos: os serviços são celebrados durante as visitas e as visitas continuam durante os serviços. Tal como acontece noutros locais da Europa, estabelecer condições de acesso diferentes para peregrinos e visitantes resultaria numa separação física que os privaria da comunhão entre eles, que é a própria essência do local, e os impediria de experimentar o monumento como um todo e a sua beleza infinita”.

Dom Dominique Rey, bispo de Fréjus-Toulon ressaltou que “a catedral de Notre-Dame de Paris, como todas as igrejas, continua a ser, antes de tudo, a casa de Deus, um santuário aberto a todos, crentes e não crentes”, e que as igrejas são “refúgios espirituais” acessíveis a todos, sem distinção. E acrescentou que os edifícios sagrados devem ser gratuitos como símbolo da universalidade da Igreja: “A casa de Deus, pela sua própria natureza, deve permanecer acessível a todos sem barreiras, como reflexo da generosidade de Deus”. Ele ainda sublinhou que “uma igreja não pode se tornar um museu”, e ela deve manter a sua vocação espiritual e não ser reduzida a atração turística.

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