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Carmelitas brasileiras cuidam do santuário de são Luís e santa Zélia Martin, pais de santa Teresinha, na França

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Acidigital

A casa onde viveu a família de são Luís e santa Zélia Martin, pais de santa Teresinha do Menino Jesus, em Alençon, França, tornou-se um santuário e quem cuida dele são as Carmelitas Mensageiras do Espírito Santo, uma congregação brasileira.

O Instituto das Irmãs Carmelitas Mensageiras do Espírito Santo foi fundado por madre Maria José do Espírito Santo, na cidade de Nova Almeida (ES), em 30 de julho de 1984. Tem como carisma “contemplar para evangelizar”. Elas chegaram ao santuário de são Luís e santa Zélia Martin, em Alençon, em 2020.

“Tinha uma congregação aqui, mas a irmã responsável daqui foi eleita superiora geral e precisou se mudar para Roma”, contou à ACI Digital a irmã Catiane Joanol Neitzke. “Nesse período de transição, essa congregação chegou à conclusão de que não conseguiria continuar a missão aqui. Então, o santuário começou a procurar uma nova congregação”.

Segundo ela, naquela época, “com a graça de Deus”, uma “amiga em comum brasileira”, devota de santa Teresinha e de seus pais, ficou sabendo que o santuário procurava uma nova congregação, conversou com a madre das Carmelitas Mensageiras, “que entrou em contato com o santuário para entender um pouco mais”.

“Conversando, acabaram decidindo que seriam as Carmelitas Mensageiras que viriam para cá. Nesse período não estava prevista nenhuma nova fundação, mas a madre aceitou pela beleza do projeto, mas não sabia quem ela podia enviar, não tinha ninguém que falasse francês”.

Embora na época, as carmelitas mensageiras já tivessem três comunidades na França – em Tolon (que não existe mais), Orange e Vénissieux –, nenhuma das irmãs dessas comunidades podia ser transferida para Alençon. “Então, a madre, conversando com as conselheiras do Brasil, escolheu quatro irmãs e depois se decidiu que seriam cinco”.

As carmelitas foram chegando a Alençon aos poucos na época da pandemia de covid-19. As duas primeiras, uma brasileira e uma italiana, chegaram em janeiro de 2020 e a comunidade abriu as portas em 2 de fevereiro. Logo depois chegou mais uma brasileira. Em julho daquele ano, chegaram a irmã Catiane, do Brasil, e outra irmã argentina.

Todas tiveram o desafio de aprender francês juntas. “Tínhamos a ajuda de uma irmã que falava francês e veio por seis meses, e de voluntários. Nós levamos um período quase que recorde para chegar a um país e falar durante uma hora sobre uma coisa”, recordou irmã Catiane. “Nossa missão aqui é falar. Então, sabíamos que, como carmelitas mensageiras, nós temos uma necessidade de evangelizar, uma necessidade de falar”, acrescentou.

Ao mesmo tempo em que aprendiam o idioma, as carmelitas também aprendiam sobre a vida da família Martin e, encantadas, tinham o desejo de logo apresentar para outras pessoas o que estavam conhecendo. “Mas não podíamos falar em francês, então, gravamos uma novena em português, que está no canal de Youtube do santuário, porque estávamos explodindo por dentro de tanta vontade de falar para as pessoas”, contou.

Quatro meses depois, a primeira carmelita “já se lançou” a falar em francês com os visitantes, depois foram as outras, em “cinco meses, seis meses”.

Irmã Catiane explica por que da presença de religiosas no santuário. “Não é só para contar uma história, não é como um museu, mas é um lugar onde se vêem os objetos que pertenceram a eles e se ajuda as pessoas a entrarem um pouco  na história de são Luís e santa Zélia, mas pensando na própria vida”, disse. “Como carmelitas mensageiras, nossa missão é, a partir da contemplação, evangelizar à luz do Espírito Santo. A partir do momento que vemos algo na vida de Luís e Zélia, que são santos porque amaram Jesus, são nossos irmãos mais velhos que nos ajudam a ir para o céu, a partir disso como podemos fazer para que a pessoa que está aqui tenha uma experiência? O ser carmelita ajuda na percepção e ir ao encontro de cada pessoa”, completou.

O santuário de são Luís e santa Zélia Martin

A irmã Catiane contou à ACI Digital que, “antes, o santuário era chamado casa natal de santa Teresinha”, mas, “com a beatificação e canonização de são Luís e santa Zélia”, que aconteceram em 2008 e 2015, respectivamente, “o trabalho do santuário é fazer conhecidos os pais, e chamamos hoje de casa da família Martin”.

Carmelitas brasileiras cuidam do santuário de são Luís e santa Zélia Martin, pais de santa Teresinha, na França
Capela e casa de são Luís e santa Zélia Martin em Alençon, França. Carmelitas Mensageiras do Espírito Santo

“Aqui é a casa dos pais de santa Zélia. Ela viveu aqui dos 13 aos 26 anos, quando se casou com são Luís. Quando se casaram, foram morar na casa da relojoaria. Depois de um tempo, são Luís decidiu que ia vender a relojoaria para ajudar na fábrica do ponto de Alençon, da renda [da família de santa Zélia]. Então, como vendeu a relojoaria, vendeu também o prédio, a casa. Nesse movimento, eles se mudaram para a casa do pai de santa Zélia, que já tinha morrido. Santa Zélia tinha dois irmãos, uma irmã que era religiosa e o irmão estava bem estabelecido como farmacêutico em Lisieux. Naturalmente, santa Zélia veio morar na casa que ficou para ela”, contou a carmelita.

A família se mudou para a casa em 1871. Na época, o casal já tinha as filhas Maria, Paulina, Leônia e Celina. “Teresinha nasceu aqui um ano e meio depois, em 1873. Em 1877, santa Zélia morreu. Então, costumamos dizer que aqui é a única casa em que a família viveu toda junta”, disse a irmã Catiane.

Segundo a carmelita, quando as pessoas vão ao santuário em Alençon, a visita começa na “galeria, onde estão os objetos da família, assistem a um filme de 20 minutos que é de santa Zélia, com suas cartas, que conta esse período dela em Alençon, e depois entramos na casa e terminamos na capela”.

A capela é construída ao lado do quarto do casal Martin, onde santa Teresinha nasceu. “A parede foi quebrada e hoje é de vidro. Então, quando você está na capela, tem a parede de vidro e você olha para o lado e vê o quarto de são Luís e santa Zélia”, disse.

Além de visitar o santuário, os peregrinos também podem fazer uma visita à vila e conhecer a ponte onde são Luís e santa Zélia se encontraram pela primeira vez, a igreja onde se casaram, a casa da relojoaria onde viveram logo depois do casamento. Mas, para isso, disse a irmã Catiane, o grupo precisa de uma visita de um dia inteiro em Alençon.

Com as irmãs hoje no santuário de Alençon, há a “capacidade de receber visitantes em inglês, espanhol, italiano, francês e português”.

O que são Luís e santa Zélia têm a ensinar

“Acho fantástica essa missão aqui porque podemos abordar muitos aspectos”, disse a irmã Catiane. Primeiramente, falar de família. “Temos retiros propostos para casais, renovação de votos de casamento”, disse. No sábado (13), na programação da festa do casal Martin, “os casais farão a renovação dos votos matrimoniais e recebemos um número bem interessante de pessoas que vêm celebrar aniversário de casamento, 25, 50, 60 anos de casamento”.

Há também um trabalho voltado para os solteiros. “Temos um retiro para solteiros que desejam formar uma família santa, é um retiro com 50% rapazes e 50% moças que já têm mais de 35 anos de idade e ainda não se casaram e sofrem por isso, porque desejam formar uma família e querem, à luz de são Luís e santa Zélia, formar uma família santa”.

Além disso, nas próprias visitas, as irmãs conseguem abordar vários temas. “São Luís e santa Zélia são uma fonte inesgotável”, disse a religiosa. “Não é que surjam novas coisas, mas às vezes você tem um clique. Nisso, ser carmelita mensageira do Espírito Santo, ser contemplativa nos ajuda muito na missão, porque lendo alguma coisa, conseguimos colocar em prática na visita e ajudar a pessoa a fazer uma experiência pessoal”, disse. Por isso, nas visitas, cada irmã “vai sentindo o que precisa. O Espírito Santo trabalha onde é necessário para cada um”.

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