Acidigital
“Certo de interpretar os sentimentos dos fiéis de todo o mundo, dirijo um pensamento de gratidão à memória de são João Paulo II, nestes dias, objeto de ilações ofensivas e infundadas”, disse o papa Francisco ontem (16), após a oração do Regina Coeli na praça de São Pedro.
A mesma mensagem também foi publicada na conta oficial do papa Francisco no Twitter @pontifex_pt.
As denúncias mencionadas estão ligadas ao caso Emanuela Orlandi. Emanuela era filha de um funcionário do Vaticano que desapareceu em 1983 aos 15 anos. Nunca se soube o que aconteceu com ela.
O foi tema de um documentário na Netflix sob o título “A Garota Desaparecida do Vaticano”.
Pietro Orlandi, irmão da menina que desapareceu há 40 anos, insinuou na semana passada em um programa de televisão que João Paulo II saia em segredo do Vaticano à noite para se envolver em comportamentos inapropriados.
Orlandi fez a declaração em 11 de abril no programa de televisão italiano Di Martedi, no qual apareceu com a advogada de sua família, Laura Sgrò. Ambos se recusaram a relatar as fontes e evidências da denúncia.
O cardeal Stanisław Dziwisz, que foi secretário pessoal de João Paulo II por quase 40 anos, saiu em defesa do papa polonês, chamando os comentários de Pietro de “imprudentes” e depois dizendo que “seria mais correto dizer imediatamente insinuações vergonhosas”.
O cardeal também considerou o ocorrido no caso “doloroso” e expressou sua esperança de que a imagem de são João Paulo II possa ser libertada “do turbilhão de enganos, mitomania e pilhagem”.
Em janeiro de 2023, o Promotor de Justiça do Vaticano, Alessandro Diddi, reabriu o dossiê do caso Orlandi na tentativa de demonstrar a intenção da Santa Sé de esclarecer o caso.
A Santa Sé sempre negou qualquer participação no desaparecimento da menina e cooperou com outras investigações sobre o desaparecimento nos últimos anos.
O cardeal Dziwisz reconhece que é “um crime gigantesco” o que foi feito a Emanuela e sua família, mas igualmente “criminoso é lucrar com isso, com reclamações incontroláveis, destinadas a desacreditar antecipadamente as pessoas e os ambientes até que se prove de outra forma dignos de estima universal”.
“Isso não anula a dor incompreensível de uma família que não tem notícias da filha há 40 anos mereça todo o respeito, toda a atenção, toda a proximidade”, acrescentou.
A Conferência Episcopal Italiana (CEI) emitiu um comunicado ontem (16) unindo-se ao “pensamento agradecido à memória de são João Paulo II, objeto nos últimos dias de acusações ofensivas e infundadas”.