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Síndrome do Peter Pan: “Não quero crescer!”

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Síndrome do Peter Pan: “Não quero crescer!”

Por: Martha Morales

A síndrome de “Peter Pan” tem se convertido em quase uma enfermidade social: a de aqueles que não querem terminar de madurar. A síndrome se manifesta em aqueles que, ainda que levem uma vida profissional exitosa, na sua vida se seguem comportando como adolescentes,significa ser egocêntricos, irresponsáveis e ávidos da última diversão.


 
O psicólogo norte americano Dan Kiley denominou como Síndrome de Peter Pan ao conjunto de rasgos que tem aquela pessoa que não sabe ou não pode renunciar a ser filho para começar a ser pai.

Apesar de ser um problema que se produz em ambos os sexos e a todas as idades, a síndrome de Wendy è muito menos freqüente.
 
Compartir um projeto de vida em comum com alguém que é incapaz de sacrificar ou apartar os prazeres da juventude para pôr tudo o que tem para conseguir umas metas, não sempre fáceis, mas necessárias, além de produzir insatisfação, acaba convertendo num lastre à hora de lutar por conseguir esses objetivos.



Ante a impossibilidade de encontrar a fonte da eterna adolescência, parte dos homens da sociedade atual têm optado por ficar numa juventude que não necessariamente física, sim lhes garante a psicológica e a comodidade de afrontar o dia a dia sem ir mais lá, uma espécie de carpe diem (aproveita o dia) cuja problemática aumenta proporcionalmente com a idade física do individuo.
 
Por muito que possa pesar, o passo do tempo é iniludível e ninguém escapa a ele, nem sequer estes Peter Pan modernos.

Seu comportamento continua sendo como o de um adolescente. Apesar de seu sorriso quase eterno e se tratar de pessoas muito divertidas e com umas imensas vontades de desfrutar de todo os aspectos da vida, trás essa aparência se esconde alguém tremendamente inseguro com um terrível medo à solidão. 
 
A inseguridade também se plasma no campo afetivo.

A pesar de uma aparente segurança em si mesmos, são pessoas que precisam grandes doses de afeto e a necessidade de uma mulher ao seu lado que o possa oferecer. Pese a esta dependência, quando o relacionamento se torna em algo mais serio e começa a requerer doses cada vez mais altas de compromisso e responsabilidade, se assusta e acaba produzindo a ruptura do casal. 


Isto é uma das causas de que troquem continuamente de parceira, procurando inclusive, garotas mais novas que representem menos planos de futuro e ao mesmo tempo possam se contagiar da sua imaturidade. No caso de coincidir num casal um Peter Pan e uma Wendy, é possível que com o passo do tempo cada um acabe na casa de seus pais. (Cfr. www.mundogar.com).


Durante o tempo que se está baixo este síndrome, se vive com expectativas a muito curto prazo, a pessoa se sente insatisfeita com o que lhe rodeia, mas sem fazer nada para solucioná-lo. Sua procura de satisfação em cada momento lhe faz recorrer ao álcool e às drogas como forma instantânea de obtê-la.

Procuram sempre a culpabilidade de tudo o que acontece ao seu redor, nos outros, sem que nunca se sinta realmente parte do problema, e nem sequer da solução.
 
Ana Luisa Gastón escreve: “A relação desta síndrome com a novela é que no país imaginário “Nunca Jamais” o lema das crianças que vivem aí é “não querer crescer nunca”. Ou seja, permanecer sempre criança, ainda sendo adultos”.

Por exemplo, há pessoas que se sentem bem quando os demais lhes aprovam e se sentem mal quando lhes reprovam. Nestes casos um deixa nas mãos das outras consciências seu próprio bem estar. Um dos motivos possíveis pelo que isto acontece é pela falta de conhecimento próprio.



A psicóloga Iris Pugliese, co-diretora do Centro Psicanalítico Argentino, conta entre os sintomas da síndrome “a falta de responsabilidade, atitudes de desamparo, extorsão emocional e uma alegre e despreocupada visão da vida”. E diz que estas pessoas, independentemente de sua idade, seguem atuando e se sentindo como adolescentes. “Seria, por simplificar, ter um corpo de adulto com uma mentalidade de criança”, exemplifica. E agrega que se não se supera esta fase, o problema ocasiona queixas emocionais, como baixa auto-estima: “já que o quer tudo, não quer renunciar a nada do que tem nem está disposto a pôr nada de sua parte para conseguir as novas metas e objetivos.

Não obstante, se queixa e joga sempre a culpa aos demais. Não se sente parte do problema ou dificuldade”.
 
O psicólogo Andrés Sánchez Bodas, Diretor de Holos San Isidro, atribui este problema a duas causas. Por um lado, está o fator social: com o alongamento da expectativa de vida, os tempos nos que as pessoas alcançam diferentes metas têm se retrasado; por isso, agora se considera que a adolescência pode durar até os 30 anos.

Por outra parte, aparecem os motivos pessoais: as pessoas que “não querem crescer” vêem como vantagens o fato de não assumir compromissos nem responsabilidades. “Além–observa-, há uma valoração exacerbada da juventude”, mostrada especialmente pelos meios de comunicação. E explica que este mecanismo gera “uma volta à histeria; a viver somente no presente”.
 
O psiquiatra espanhol Aquilino Polaino tem um livro, na editora Descleé de Brower sobre este tema, e dá sugestões aos pais de família para evitá-lo.

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