Bem-aventurada Albertina Berkenbrock
Sexta-feira, 15 de junho de 2012
A primeira mártir brasileira nasceu em Santa Catarina em 11 de abril de 1919.
Desde cedo despontava na vida de oração, no amor à família e ao próximo. Se unia ao crucificado por meio de penitências. Jovem, mas centrada no mistério da Eucaristia, tinha vida sacramental, penitencial e de oração.
Albertina cuidava do rebanho de seu pai que deu a seguinte ordem: ela devia procurar um boi que se extraviou. No caminho, encontrou um homem de apelido ‘Maneco Palhoça’, que trabalhava para a família. Ela perguntou a ele se sabia onde estaria o boi perdido. Ele indicou um lugar distante, e a surpreendeu lá, tentando estuprá-la, porém, não teve o êxito.
A jovem resistiu, pois não queria pecar. Por não conseguir nada, ele pegou-a pelo cabelo, jogou-a ao chão e cortou seu pescoço, matando-a imediatamente.
Maneco acusou outra pessoa, que foi presa imediatamente. Ele fingia que velava a menina, e ao se aproximar do corpo, o corte vertia sangue. Ele fugiu, mas foi preso e confessou o crime. Maneco deixou claro que ela não cedeu porque não queria pecar.
Tudo isso aconteceu em 15 de junho de 1931. Por causa da castidade, Albertina não cedeu.
Bem-aventurada Albertina Berkenbrock, rogai por nós!
Leituras
Primeira Leitura (Oséias 11,1.3-4.8-9)
Leitura da profecia de Oséias.
Assim diz o Senhor: 11 1 “Israel era ainda criança, e já eu o amava, e do Egito chamei meu filho.
3 Eu, entretanto, ensinava Efraim a andar, tomava-o nos meus braços, mas não compreenderam que eu cuidava deles.
4 Segurava-os com laços humanos, com laços de amor; fui para eles como o que tira da boca uma rédea, e lhes dei alimento.
8 Como poderia eu abandonar-te, ó Efraim, ou trair-te, ó Israel? Como poderia eu tratar-te como Adama, ou tornar-te como Seboim? Meu coração se revolve dentro de mim, eu me comovo de dó e compaixão.
9 Não darei curso ao ardor de minha cólera, já não destruirei Efraim, porque sou Deus e não um homem, sou o Santo no meio de ti, e não gosto de destruir”.
Salmo l Is 12
Com alegria bebereis do manancial da salvação.
Eis o Deus, meu salvador, eu confio e nada temo;
o Senhor é minha força, meu louvor e salvação.
com alegria bebereis no manancial da salvação
e direis naquele dia: “Dai louvores ao Senhor,
invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas,
entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime.
Louvai, cantando, ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos,
publicai em toda a terra suas grandes maravilhas!
Exultai, cantando alegres, habitantes de Sião,
porque é grande em vosso meio o Deus santo de Israel!”
Segunda Leitura (Efésios 3,8-12.14-19)
Leitura da carta de são Paulo aos Efésios.
3 8 A mim, o mais insignificante dentre todos os santos, coube-me a graça de anunciar entre os pagãos a inexplorável riqueza de Cristo,
9 e a todos manifestar o desígnio salvador de Deus, mistério oculto desde a eternidade em Deus, que tudo criou.
10 Assim, de ora em diante, as dominações e as potestades celestes podem conhecer, pela Igreja, a infinita diversidade da sabedoria divina,
11 de acordo com o desígnio eterno que Deus realizou em Jesus Cristo, nosso Senhor.
12 Pela fé que nele depositamos, temos plena confiança de aproximar-nos junto de Deus.
14 Por esta causa dobro os joelhos em presença do Pai,
15 ao qual deve a sua existência toda família no céu e na terra,
16 para que vos conceda, segundo seu glorioso tesouro, que sejais poderosamente robustecidos pelo seu Espírito em vista do crescimento do vosso homem interior.
17 Que Cristo habite pela fé em vossos corações, arraigados e consolidados na caridade,
18 a fim de que possais, com todos os cristãos, compreender qual seja a largura, o comprimento, a altura e a profundidade,
19 isto é, conhecer a caridade de Cristo, que desafia todo o conhecimento, e sejais cheios de toda a plenitude de Deus.
Evangelho (João 19,31-37)
19 31 Os judeus temeram que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque já era a Preparação e esse sábado era particularmente solene. Rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados.
32 Vieram os soldados e quebraram as pernas do primeiro e do outro, que com ele foram crucificados.
33 Chegando, porém, a Jesus, como o vissem já morto, não lhe quebraram as pernas,
34 mas um dos soldados abriu-lhe o lado com uma lança e, imediatamente, saiu sangue e água.
35 O que foi testemunha desse fato o atesta (e o seu testemunho é digno de fé, e ele sabe que diz a verdade), a fim de que vós creiais.
36 Assim se cumpriu a Escritura: “Nenhum dos seus ossos será quebrado”.
37 E diz em outra parte a Escritura: “Olharão para aquele que transpassaram”.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. “Nasce a Igreja”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz – Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
A primeira mulher foi tirada der uma costela de Adão, o primeiro homem, os noivos quando se apresentam no altar para celebrarem o Matrimônio, cada um tem o seu lado certo de modos que a noiva esteja bem perto do coração do noivo. Eis aí onde nasceu a nossa Igreja: do coração transpassado de Cristo na cruz do calvário! Essa afirmativa não diminui a importância de Pentecostes, pois naquele dia a Igreja, nascida do coração de Jesus, foi manifestada ao mundo. João, o autor do evangelho, aproveitou-se de um costume religioso, observado em relação aos condenados em dia de Sexta Feira, quando havia execução. Os crucificados morriam asfixiados por nãop terem mais forças para inalarem o ar para os pulmões, eles se apoiavam nos pés para conseguir respirar um pouco, ao terem as pernas quebradas eles perdiam essa precária sustentação e morriam, sendo então retirados do madeiro antes do anoitecer, quando já começa o preceito sabático.
Jesus já estava morto, por isso não houve essa necessidade, mas um dos soldados, abriu-lhe o lado com uma lança. Para João esse gesto violento e cruel torna-se uma das mais belas expressões de amor do Sagrado Coração de Jesus: saiu sangue e água, sinais Sacramentais do Batismo e Eucaristia. Água pura que nos faz renascer nas fontes da Graça de Deus, sangue que nos redimiu, nos lavou e nos purificou, é assim que nos tornamos membros da Igreja.
Jesus nos amou com um coração humano, coração Fonte de eterno amor e ternura em Cristo manifestada a todos nós, Coração infinitamente misericordioso, de bondade também infinita. Coração da mais pura mansidão e humildade, diante do qual o mundo torna-se pequeno diante da grandiosidade desse amor. Mas era um coração humano, e por isso por ele fomos todos capacitados a amar desse mesmo modo, pois nosso coração é igual ao Dele…
“Jesus manso e Humilde de coraçã
o, fazei o nosso coração semelhante ao vosso”, não semelhante na estrutura da carne, mas na grandeza de um amor que seja sempre sem medidas…
2. Sangue e água, amor e vida
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva – e disponibilizado no Portal Paulinas)
As narrativas da Paixão se diversificam nos evangelhos, trazendo a marca de cada evangelista.
Segundo João, Jesus é crucificado na véspera (“preparação”) da Páscoa, que naquele ano coincidiu com o sábado. Com hipocrisia, para que a solenidade da Páscoa não fosse profanada pelos mortos, os judeus se preocupam em retirar das cruzes Jesus e os outros dois.
Era comum os crucificados se sustentarem sobre o apoio dos pés na ânsia de evitar a morte. Os romanos só os retirariam mortos; assim, os judeus pedem que lhes quebrem as pernas para acelerar sua morte. A Jesus, já encontraram morto, porém um soldado golpeia seu lado com uma lança, saindo sangue e água. No sangue temos a expressão do amor de Jesus, que se doou sem limites, e na água temos a expressão da origem da vida nova no Espírito de amor, doado por Jesus.
3. O AMOR DE DEUS POR NÓS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
O Evangelho de João, que manifesta afinidade com os samaritanos remanescentes do antigo Israel, apresenta Jesus em conflito com o judaísmo em geral. A última ceia de Jesus, neste Evangelho, realizou-se um dia antes da ceia da Páscoa dos judeus. Com a expressão “tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1), João apresenta o fim do ministério de Jesus como uma missão de amor pleno, e não como uma missão sacrifical.
Com hipocrisia, os judeus se preocupam em retirar os corpos das cruzes, para não profanar o sábado. Os romanos só os retirariam mortos; assim, os judeus pedem que lhes quebrem as pernas para acelerar a morte. No sangue que sai do lado ferido de Jesus, temos a expressão do seu amor, em um dom sem limites; e, na água, temos a expressão da origem da vida nova no Espírito, doado por Jesus.